Lideranças da aldeia Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’Aguy Ovy Porã), localizada no bairro São José de Imbassaí em Maricá, estão se mobilizando via whatsApp para intervir por conta própria no conflito de interesses e medidas judiciais que estão há duas décadas definindo uma verdadeira frente de batalha entre Capital e Meio Ambiente, logo ali, em Maricá. Uma entre milhares pelo mundo afora. Inclusive na Espanha.

Áudio da liderança Amarildo Karay Yapua Nunes de Oliveira da Aldeia Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’Aguy Ovy Porã), localizada no bairro São José de Imbassaí em Maricá, e membro da coordenação da Comissão Guarani Yurupá

Nota oficial do movimento Baía Viva

 

Apesar de embargos judiciais repetidos, a empresa IDB Brasil, filial da empresa espanhola Cetya, persiste em querer implementar o mega empreendimento imobiliário Maraey na restinga de Maricá, com a benção da Prefeitura de Maricá.

A restinga de Marica virou portanto o teatro de uma luta ideológica entre o caminho “desenvolvimentista” e o modelo “ambientalista” que permitiria atingir a felicidade econômica.

Quais argumentos levantam uma empresa estrangeira e uma prefeitura petista para convencer que um bloco de cimento numa APA é “legal” ?

O projeto social de compensação ao resort devia ser um conjunto de projetos a favor dos indígenas do Estado do Rio. É ético compensar, mesmo com coisas boas, uma coisa muito ruim ? Se não for ruim, precisava de “Projeto de Compensação” ? Tais são as numerosas perguntas que a corajosa resistência dos povos levanta.

A resposta pode ser nas fotografias. O que lhe parece melhor ? Bota uma cruz na foto que você prefere… Tal foi o jeito de comunicar da artista francesa Delphine Fabbri Lawson, que teve um filho com o cacique Darci Tupã.

Poucos dias atrás, a obra de destruição da cobertura vegetal e do frágil solo da restinga começou. Os homens da aldeia já não podem mais circular na APA em busca do sapé com qual constroem suas ocas e as jovens índias foram barradas dos campos onde encontravam as sementes com as quais fazem artesanato.

As comunidades pesqueira e indígena locais, apoiadas por moradores, universitários e ambientalistas de todas origens, revoltadas pela atitude da empresa e da Prefeitura e pela destruição da cobertura vegetal da restinga que já esta acontecendo na restinga da APA Estadual de Maricá, resolveram manifestar-se amanha de maneira radical

– A comunidade guarani Mbyá do Tekoa Ka’aguy Hovy Porã (aldeia Mata Verde Bonita), instalada na terra da FSBL a convite do ex-prefeito de Maricá, pintará-se de guerra e bloqueiará com os próprios corpos as obras do resort. O Instituto Nhandereko, sediado na aldeia, está coordenando a ação.