Comunicação Movimento Baía Viva

 

O Reitor da UERJ, Professor Ricardo Lodi Ribeiro, assinou ato oficial que instituiu o Programa de Extensão Universidade do Mar.

O projeto é fruto de uma parceria firmada em 2018 entre a Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FAOC/UER), a MORENA – Associação de Moradores da Ilha de Paquetá e o Movimento Baía Viva. Atualmente conta com o apoio institucional de cerca de 70 instituições acadêmicas públicas, como as reitorias da UERJ, UFRJ, UNIRIO, UEZO, PUC Rio, UFRRJ e da UFF, além da Fiocruz e da Comissão Interministerial dos Recursos do Mar (CIRM).

No dia 17/05/2021, foi realizada uma visita técnica na Ilha de Brocoió situada no Arquipélago de Paquetá, Baía de Guanabara, onde o projeto prevê a implantação de um Campus Avançado da Universidade do Mar, que teve a participação de representantes das seguintes instituições: Secretaria de Estado da Casa Civil (SECC) que é a gestora de Brocoió; Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade (SEAS); Instituto Estadual do Ambiente (INEA); Departamento de Ensino e Navegação da Marinha do Brasil e do Instituto Chico Mendes (ICMBIO), órgão do Ministério do Meio Ambiente, que gerencia as unidades de conservação da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara; dos proponentes do projeto (UERJ, Baía Viva e MORENA) e da CONFREM (entidade nacional representativa de pescadores artesanais e de populações tradicionais).

O espaço escolhido pelos proponentes (UERJ, MORENA e Baía Viva) para sediar o campus avançado da Universidade do Mar é a Ilha de Brocoió, situada no belo arquipélago de Paquetá, que é um dos locais mais preservados do ecossistema da Baía e abrange a Zona de Amortecimento da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e a Estação  Ecológica (ESEC) da Guanabara, com extensão de cerca de 80 km2 de manguezais em elevado grau de conservação Ambiental e que apresenta rica biodiversidade marinha e avifauna: os limites destas Unidades de Conservação da Natureza (UCNs) compreendem os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo.

Este trecho do leste metropolitano entre a APA de Guapimirim, a ESEC da Guanabara e o Arquipélago de Paquetá, no território da cidade do Rio de Janeiro, atualmente é o abrigo e refúgio dos botos cinza (Sotalia guianensis), espécie símbolo ecológico do Rio de Janeiro que encontra-se ameaçada de extinção. No final da década de 1980 e início dos anos 1990, existiam cerca de 800 botos cinza nas águas da Baía de Guanabara e hoje, infelizmente, são apenas 34 botos, segundo dados do projeto Mamíferos Aquáticos (MAQUA) coordenado pela Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FAOC/UERJ).

“O Baía Viva considera que esta é a principal conquista da sociedade e da academia neste longo período de mais de 30 anos de descaso do poder público com o saneamento básico, lixo urbano, os manguezais, as praias e rios, a vida marinha, os manguezais, o ecoturismo e a pesca artesanal.”, Sérgio Ricardo, ambientalista e co-fundador do Baía Viva

Desde setembro de 2021, encontra-se em tramitação no âmbito da Secretaria de Estado da Casa Civil (SECC) um processo administrativo (SEI no. 260007/0315312021 – Ofício SECC – SUBRI) com o objetivo de promover a Cessão de Uso da Ilha de Brocoió, situada no Arquipélago de Paquetá, para a gestão da UERJ visando implantar o Campus Avançado da Universidade do Mar. Nos próximos dias deverá ser realizada uma visitação de barco à Ilha de Brocoió pelo Secretário Estadual, Nicola Moreira Miccione, a Reitoria da UERJ e as instituições proponentes do Projeto onde deverá ser finalmente assinada a Cessão de Uso para a UERJ do imóvel tombado pelo INEPAC por seu valor histórico-cultural.

O objetivo da Universidade do Mar é fomentar o Ensino, Pesquisa e a Extensão universitária, cursos de capacitação profissional para comunidades pesqueiras, projetos de monitoramento ambiental e da biodiversidade marinha.

Para o ecologista Sérgio Ricardo, co-fundador do Baía Viva e um dos idealizadores da Universidade do Mar: “A criação da Universidade do Mar por ato do Reitor da UERJ, Professor Ricardo Lodi Ribeiro, é um marco histórico para o Rio de Janeiro e o Brasil, em especial neste início de Década do Oceano e da Reserva dos Ecossistemas que foi instituída por decisão da Assembleia Geral da ONU para o período entre 2021 e 2030 como forma de enfrentamento efetivo da convergência ou somatório de crises ambiental, hídrica e sanitária e da Emergência Climática global em que vivemos. Depois de mais de 30 anos de propaganda governamental enganosa com falsas promessas de “despoluição da Baía de Guanabara” e de gastos bilionários em programas que, na prática, geraram poucos resultados reais para o processo de recuperação ambiental integrada da Baía de Guanabara, agora temos a esperança que este consórcio de universidades sob a liderança da nossa renovada que este consórcio ou pool de instituições acadêmicas sob a liderança e protagonismo da nossa UERJ possa dar contribuições bastante relevantes para a formulação de Políticas Públicas para a superação do sacrifício ambiental das baías fluminenses (Guanabara, Sepetiba e da Ilha Grande).”

Este ano também se celebra os 30 anos da Conferência Internacional ECO 92 (Rio 92) da ONU realizada na cidade do Rio de Janeiro e o Ano Internacional da Pesca Artesanal, criado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), e é neste contexto que consolida-se esta união de esforços interinstitucional e interdisciplinar para implantação da Universidade do Mar na Ilha de Brocoió.

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