Uma das áreas mais icônicas do Rio de Janeiro está começando a mudar de cara, sem consulta pública, por decreto, depois que a prefeitura do Rio iniciou um programa de privatização de espaços públicos, por alegar falta de condições de cuidar de toda a cidade. É o Jardim de Alah, entre Ipanema e Leblon, tombado em 2001 e privatizado em 2023. Como diria Nelson Rodrigues, o absurdo perdeu a modéstia. Tombado e privatizado.

Um colaborador ou colaboradora do Baía Viva enviou vídeo mostrando o que talvez seja a primeira de 130 árvores com mais de meio século  a serem derrubadas no acordo entre a empresa do consórcio e a prefeitura do Rio. O Ministério Público do Rio havia pedido a suspensão das obras alegando risco de descaracterização do espaço, que é um bem tombado do município. A prefeitura, por sua vez, defende que a revitalização trará benefícios para a área, incluindo a criação de novos espaços de lazer e convivência. No entanto, a polêmica em torno do corte das árvores e da transformação do Jardim de Alah continua, com moradores e ambientalistas buscando alternativas para preservar o espaço verde e histórico.

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No entanto, a juíza Regina Lucia Chuquer, da 6ª Vara de Fazenda, manteve a decisão que autoriza o início das obras. O MP-RJ chegou a apresentar laudos periciais que, segundo eles, demonstravam que o projeto do consórcio iria descaracterizar o Jardim de Alah, mas a juíza optou por manter a decisão favorável ao consórcio.

Em fevereiro houve protesto, cerca de 400 pessoas entre moradores e ativistas. A atriz Julia Lemmertz, por exemplo, expressou sua indignação nas redes sociais, questionando a retirada das árvores e a transformação do parque em um centro comercial.

Se confirmadas as 130 árvores derrubadas, a foto abaixo vai ficar diferente, o calor no piso também. Eles prometem replantar até mais árvores, que levam 30 anos para dar sombra de novo. Até lá, quanto de temperatura vai subir no planeta Leblon ? A derrubada da primeira árvore concide com a semana que foi aprovada a PL 2159 que derrubou, tão rápido quanto essa árvore caiu, décadas de avanço na conservação através de legislação e condições de licenciamento.