Por Sérgio Ricardo Potiguara
Foi um sucesso o Evento Dia D DA Saúde Indígena, na Aldeia Guarani Mbyá Sapukai, de Angra dos Reis (RJ), que na segunda-feira, 29 de abril, mobilizou a comunidade local e equipes de diversos órgãos públicos.
Foram atividades de limpeza do lixo com uso de sacos plásticos e luvas, educação ambiental e sanitária, elaboração de diagnóstico sobre a saúde animal (cachorros) e distribuição de sementes, mudas de árvores frutíferas e ervas medicinais.
A equipe do Programa Replantando Vida, da CEDAE, fez 2 dias de roçada e capina, abertura de berços (“covas”) para novos plantios em volta do campo de futebol e na área do Sistema Agroflorestal (SAF) onde o Projeto Viveiro da Mata Atlântica vem atuando desde outubro de 2023 em estratégias de restauração ecológica e soberania da segurança alimentar por meio de mutirões comunitários.
Houve visita ao tanque de pescado que está precisando de limpeza e da doação de ração para os alevinos e ao Viveiro da Mata Atlântica que é fruto de uma parceria entre a ACIBRA, Baía Viva e apoio do Fundo Casa Socioambiental.
Participaram do Dia D as seguintes instituições:
ACIBRA (Associação indígena do Bracuí);
Movimento Baía Viva;
Secretaria Estadual de Saúde;
CEDIND/RJ (Comissão de Saúde);
EMATER-Rio; FUNAI;
Colégio Indígena Estadual Karai Kuery Renda (SEEDUC);
Secretarias municipais de Saúde, Serviços Públicos, Agricultura, Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania, Parques e Jardins;
Superintendência do Bem Estar Animal da Prefeitura de Angra dos Reis (PMAR);
CEDAE (Programa Replantando Vida);
Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca da Prefeitura de Itaguaí;
Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA);
Organosolo Biotecnologia Ltda (doação de adubo orgânico) ;
Vital Ambiental, concessionária de limpeza urbana do município, que doou sacos de lixo e luvas para o mutirão;
Projeto de Extensão PES da Terra da UNIRIO.
Lamenta-se a ausência do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da Prefeitura de Angra e da Secretaria Nacional de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, e do órgão municipal de Habitação, uma vez que é bastante grave as situações de violações de direitos humanos do povo indígena devido à precariedade do saneamento básico e da extrema vulnerabilidade do sistema de abastecimento de água potável para consumo humano, além da ausência de um Programa de Monitoramento da potabilidade da água, assim como existem na comunidade moradias precárias que provocam o adoecimento da população e precisam de nova cobertura (no telhado das casas) com a colocação de palha da palmeira Guaricanga e uso de outros métodos construtivos próprios da cultura Guarani.
Que estas políticas públicas se consolidem neste território indígena ancestral através de uma cooperação interinstitucional e com respeito à interculturalidade e à dignidade humana, bem como estimulando a participação comunitária na busca de soluções para os problemas locais.
FOTOS DE CLÁUDIO FAGUNDES
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