Dia 21 de agosto foi um dia inesquecível para os 40 alunos e alunas selecionados para a a primeira turma do curso Aprendiz em Construção Naval Artesanal, do Estaleiro Escola da Baía de Guanabara, que acontece no Hangar Náutico da UFRJ, onde começou o dia inesquecível, com a presença do navegador Amyr Klink.
Durante as inscrições foram quase 300 interessados e interessadas no período de 40 dias, vindos de todos os sete municípios atendidos pelo projeto. Itaboraí, São Gonçalo, Niterói, Rio de Janeiro, Caxias, Magé e Guapimirim. 40 candidatos e candidatas foram selecionados pelo comité pedagógico, com base em diversas informações, para equilibrar. as oportunidades. Dez vagas foram acrescentadas às 30 vagas originais, para extensionistas da UFRJ, sem custos para o projeto.
Logo depois das fichas de necessidades pessoais, no dia 21, os alunos e alunas tiveram o encontro com um dos heróis nacionais da navegação ultramarina, conhecido e respeitado em todo o mundo náutico. Sempre muito solícito e sempre um apaixonado pelo mar, seus riscos e mistérios, Amyr conversou sobre canoas e sobre a maneira inusitada que começou a navegar. ” Foi nas ruas de Paraty, onde as marés mais altas inundam a cidade, uma invenção criativa dos portugueses da colônia, construindo a cidade abaixo da maré mais alta. Eu era muito criança e tinha medo de ir pro mar, ainda. Era onde eu podia navegar com segurança. ” contou o navegador.
Nessa palestra exclusiva para os alunos e alunas ainda teve a presença da esposa de Amyr Klink, Marina, que tem o mesmo nome dos locais onde se abrigam barcos e veleiros. ” Quando nós começamos a levar nossas filhas para as viagens com Amyr, muita gente criticou. Mas as experiências que elas relataram no diário que ensinei elas a escrever foram de grande valor para entender, entre outros coisas, a importância do tempo, do uso do tempo. Eu depois recolhi os diários e fiz um livro sobre os diários.” conta Marina. A filha deles, Tamara, está nesta semana ancorada em algum ponto da Groelândia, para onde foi navegando um veleiro que ela projetou e construiu. ” Um dia ela me procurou e perguntou se eu emprestava o Paratii pra ela fazer uma viagem. Eu só podia dizer não. Ou eu perderia duas das coisas que mais amo nesse mundo. Porque a lição, a experiência de fazer um barco para determinada aventura é fundamental no sucesso da empreitada. Ela ligou hoje pra dizer que chegou em segurança na Groelândia”, contou Amyr a platéia mesmerizada dos alunos, alunas, equipe do projeto e os barcos em volta.
Depois do almoço, todos foram para o auditório Horta Barbosa, coração do CT de Tecnologia onde as palestras e formaturas acontecem. Houve a cerimônia de lançamento do projeto, que está sendo desenvolvido através de uma parceria firmada entre a Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga (APELT), o Movimento Baía Viva e o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ) e apoio da Reitoria da UFRJ, e tem por objetivo a formação de duas turmas de Mestres e Artífices em Construção Naval Artesanal, como parte do Projeto Educação Ambiental com a interveniência do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), no âmbito do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC Frade) celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF-RJ) e a empresa a PRIO (Chevron Brasil) com a interveniência da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Maravilhosa iniciativa! Parabéns!
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