Uma visita técnica importante aconteceu essa semana na região de Paraty, Patrimônio da Humanidade.  Foram equipes da Ouvidoria da Defensoria Pública Estadual, Ministério Público do Estado, Programa de Proteção de Testemunhas, Conselho Estadual dos Direitos Indígenas (CEDIND-RJ), Alerj, Associação Universitária Latino Americana (AULA) e Movimento Baía Viva, na Aldeia Rio Pequeno, em Paraty e mais 7 aldeias da região.

Na pauta a urgência na conclusão do processo da demarcação das terras indígenas no estado do RJ. Assim como estratégias de enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional nas aldeias indígenas fluminenses.

” Existe uma situação de multivulnerabilidades provocada pela ausência ou precariedade do saneamento básico (poluição dos rios e nascentes) e falta de apoio à secular agricultura indígena que se daria através da doação de sementes crioulas (sem agrotóxicos) e mudas de árvores frutíferas e ervas medicinais (“ervas de cura”) oriundas do Bioma Mata Atlântica” afirma Sérgio Ricardo Potiguara, pelo Movimento Baía Viva. Essas espécies estão sendo extintas na devastação ambiental e o avanço da especulação imobiliária sobre as terras indígenas e áreas rurais dos municípios de Maricá, Angra dos Reis e Paraty.

Diante dos acontecimentos recentes, da tentativa de genocídio dos Yanomamis pelos garimpeiros na Amazônia, na ausência criminosa de atenção do governo Bolsonaro, também foi discutida uma melhoria da política de saúde Indígena bem como educação diferenciada com a contratação de professores indígenas fazem parte de uma pauta de segurança pública e combate às violações de direitos.

ANGRA DOS REIS COM VAZAMENTO NUCLEAR

Durante a visita do grupo saiu a notícia de que a Eletronuclear, empresa que administra as Usinas atômicas nacionais, foi multada pelo Ibama em R$ 2 milhões, por ocultar o vazamento de 90 litros de água contaminada, em setembro de 2022.

O vazamento foi  na Baía de Itaorna, onde ficam as usinas, litoral de Angra dos Reis.  ” Eles estão é ocultando informações. Estive nas aldeias de Iriri e Rio Pequeno, na região de Paraty, quando saiu a notícia do vazamento radioativo. Ninguém sabia. O que é comom, quando se refere às usinas. Tanto nas comunidades tradicionais quanto nas cidades da região todos concordam que o plano de evacuação de emergência é uma abstração, não funcionaria nunca. Aquilo é uma armadilha nuclear. O plano de Emergência é desconhecido das populações locais, povos indígenas, caiçaras “, afirmou Sérgio Ricardo.

DANÇA-JOGO  INDÍGENA EM MOMENTO DE DESCONTRAÇÃO

Na aldeia houve tempo ainda para mostrar o que é o Xondaro, uma dança que parece uma luta. É representada pelos  homens guerreiros que buscam fortalecer o modo de ser guarani, pedindo a proteção e a inspiração de Nhanderu, sua maior divindade. Já o Tangará é uma dança feminina onde os papéis são bem definidos, com movimentos inspirados nos pássaros, que representam alegria, liberdade e reflexão.