O acidente na BR-116 com dois caminhões-tanque que derramaram óleo, gasolina e emulsão asfáltica, no rio Suruí, na altura do km 130, completa uma semana com revolta dos pescadores e caranguejeiros na região. As movimentações do INEA – Instituto de Meio Ambiente do Estado do Rio – e da secretaria municipal de meio-ambiente de Magé estão provocando interdições para os barcos e pessoas circularem, para trabalhar ou simplesmente chegar em casa.  Um dos pescadores, revoltado, gravou vídeo da retirada das barreiras.

 

 

Informes vindos da Associação dos Pescadores de Caranguejo, ACAMM, não paravam de chegar essa semana. A contaminação está progredindo nas margens do rio, e já chegou ao mangue, na saída da Baía de Guanabara. A renda de todas as famílias está comprometida e nenhuma autoridade ainda falou em ressarcimento financeiro, ou qualquer compensação. Outro silêncio absurdo vem da empresa proprietária dos caminhões, ainda não identificada.

” Exigimos a imediata atuação da Defensoria Pública Estadual em cooperação com os Ministérios Público Federal e Estadual, em articulação com o CBH-BG, para que haja o imediato ressarcimento financeiro dos prejuízos socioeconômicos e lucros cessantes sofridos pelas comunidades pesqueiras atingidas  pelo vazamento de óleo que – por um período ainda indeterminado – ficarão impedidas de trabalhar na região contaminada por óleo e outras substâncias químicas, desta forma comprometendo o sustento familiar e a segurança alimentar destas famílias trabalhadoras.” disse o diretor do Baía Viva, Sérgio Ricardo Potiguara.

Como dizia o saudoso sociólogo Betinho (Herbert de Souza): “Quem tem fome, tem pressa!”

Secretaria de Magé oferece ajuda nos CRAIS

A secretaria de Meio-ambiente de Magé, município onde está o acidente, disse em nota ter solicitado ação do Ministério Público  Federal para questões financeiras e reclamou das intervenções dos pescadores para se locomoverem durante a ação de limpeza.

“No que tange à Prefeitura de Magé, o CRAIS de Suruí está à disposição dos pescadores e catadores de caranguejo, que atuam no rio afetado, para fornecer auxílio emergencial. Entretanto, foi constatado, por mais de uma vez, o rompimento das barreiras de contenção para passagem de barcos de pesca, promovendo a dispersão dos contaminantes, aumentando a possibilidade de mortandade da fauna aquática e retardando o processo de retirada dos resíduos” diz a nota.