Esta semana foi iniciado um diálogo institucional para promover um inédito processo de consulta ativa junto às 08 comunidades indígenas do estado do Rio de Janeiro dos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Maricá visando a elaboração e implantação de um Plano de Contingência para Prevenção e Enfrentamento das Vulnerabilidades Climáticas.
O encontro inicial reuniu representantes da Secretaria de Estado de Defesa Civil (SEDEC-RJ) e do seu Instituto Científico e Tecnológico de Defesa Civil (ICTDEC), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) vinculada ao Ministério dos Povos Indígenas, Conselho Estadual dos Direitos Indígenas (CEDIND-RJ) e do Movimento Baía Viva. As prefeituras também serão mobilizadas para contribuir na construção do Plano Climático nas Aldeias Indígenas do estado do RJ e na sua implementação nos territórios.
Nos próximos meses estão previstas visitas técnicas às aldeias para escutar as principais demandas das comunidades para evitar situações de riscos que tendem a se agravar no atual contexto de agravamento dos impactos e danos provocados pela intensificação das mudanças climáticas.
Na Costa Verde fluminense periodicamente ocorrem deslizamentos e desmoronamentos de encostas que interditam a rodovia BR 101 e as vias de acesso às comunidades, inundações e os riscos associados à preocupante presença de um complexo de usinas nucleares em Angra dos Reis (RJ) num contexto em que no licenciamento ambiental as aldeias indígenas e demais comunidades tradicionais da região foram excluídas da Área de Influência direta no caso de um eventual desastre nuclear.
As aldeias também sofrem com a precariedade e/ou inexistência de sistemas de saneamento básico e de acesso ao abastecimento de água potável.
No município de Maricá que entre 2024-2025 foi recordista estadual no número de focos de incêndios florestais, a Área de Proteção Ambiental Estadual de Maricá (APAMAR), com extensão de 969 hectares, encontra-se extremamente vulnerável aos constantes incêndios que vem destruindo a biodiversidade (fauna, flora, plantas de usos medicinais).
A abertura de poços artesianos para melhorar o abastecimento de água potável na Aldeia Mata Verde Bonita e para usos na agricultura e criação de pescado para garantia da segurança alimentar é uma antiga reivindicação da comunidade Guarani.
A Brigada Florestal Comunitária Tembiguá criada esta ano que foi capacitada pelo Programa PREVFOGO do IBAMA, até hoje não recebeu a doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ferramentas e equipamentos para atuar com segurança em ações de prevenção aos incêndios na restinga e de educação ambiental de base comunitária junto às escolas e bairros.
FOTOS DE CLÁUDIO FAGUNDES











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