O Movimento Baía Viva recebeu novos vídeos feitos por pescadores artesanais denunciando novo vazamento de óleo no mar que teria sido filmado no dia 26 de abril de 2025 no entorno da Ilha da Madeira, no município de Itaguaí (RJ), e está poluindo os ecossistemas da Baía de Sepetiba que abrange a região da Zona Oeste do Rio de Janeiro e os municípios de Itaguaí e Mangaratiba.  Veja o vídeo abaixo. A depender do volume de óleo despejado no mar, a poluição pode atingir também os ecossistemas e territórios pesqueiros (Maretório) da Baía da Ilha Grande.

Ao receber o vídeo dos pescadores o Baía Viva acionou imediatamente os órgãos públicos responsáveis por fiscalizar atividades industriais no litoral, como a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (Marinha do Brasil), o Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ), IBAMA e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Itaguaí (RJ), para que façam vistoria urgente ao ao local do vazamento de óleo que deve ser feita sempre junto com os pescadores e pescadoras que conhecem melhor a região, visando identificar a origem e a causa de mais este desastre ambiental nas águas da nossa Baía de Sepetiba.

Ofícios enviados aos órgãos públicos 

Infelizmente, sucessivos vazamentos de óleo no mar vêm contaminando áreas de manguezais que são territórios pesqueiros nas várias baías fluminenses (Guanabara, Sepetiba e da Ilha Grande), o que vem ameaçando a biodiversidade marinha e reduzindo a produtividade pesqueira que é a principal fonte de alimentação e segurança alimentar das comunidades pesqueiras e sua fonte de renda familiar.
Desde 1998, a partir de uma Emenda Popular proposta pelo Baía Viva que na época coletou mais de 50 mil assinaturas, as baías fluminenses passaram a ter status de proteção legal pela Constituição Estadual-RJ como Área de Preservação Permanente (APP) e como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): no entanto, estes ecossistemas marinhos costeiros vem sofrendo um contínuo e intenso processo de “sacrifício ambiental” em função do modelo de desenvolvimento econômico predatório e poluente adotado no estado e no país!

Falta uma fiscalização preventiva por parte dos órgãos públicos, o que deveria ser feita em cooperação com os pescadores artesanais que diariamente tentam tirar seu sustento do mar. No estado do Rio de Janeiro, a maioria das comunidades pesqueiras vivenciam nas últimas décadas um preocupante quadro de empobrecimento, insegurança alimentar e graves problemas de saúde em função da intensa poluição/contaminação ambiental dos corpos hídricos.