Nota à Imprensa

“Brigada Guarani por Maricá” solicita atuação de órgãos públicos estaduais e municipais para identificar as causas dos constantes incêndios florestais na biodiversa Área de Proteção Ambiental Estadual de Maricá (APAMAR) e em outras áreas verdes do município e adotar medidas emergenciais para evitar a destruição ambiental e extinção da biodiversidade.

A coordenação do Projeto “Brigada Guarani por Maricá” solicitou oficialmente no dia 05/03/2025 a diversos órgãos públicos estaduais e municipais a realização de uma inspeção técnica na restinga da Área de Proteção Ambiental Estadual de Maricá (APAMAR), criada pelo Decreto no 7.230 de 23 de janeiro de 1984, para identificar as causas de grande incêndio florestal que ocorreu na véspera no dia 22/02/2025, data em que foi iniciado o processo seletivo para formação de uma Brigada Voluntária quando na ocasião foram feitas 29 inscrições de pessoas interessadas a compor a Brigada Voluntária entre homens, mulheres e jovens com até 18 anos que moram na Aldeia Mata Verde Bonita (Tekoá Ka’ Hovy Porã).

Os órgãos públicos oficiados (notificados) por e-mail foram:

– Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS) que é responsável pela gestão da APA que é vinculada ao Sistema nacional de Unidades de Conservação (SNUC) criado pela Lei Federal no. 9985/2000;

– Secretaria de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro (SEDEC), através do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ);

– 1o GSFMA – Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) através do 3o GBM Niterói – Destacamento 2⁄3 de Maricá;

– Secretaria de Proteção e Defesa Civil do Município de Maricá (SEPDEC); e

– Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Prefeitura de Maricá).

No pedido feito por e-mail no dia 05/03/2025, foi solicitado que todos os órgãos públicos notificados encaminhem um relatório técnico para conhecimento das providências adotadas por cada instituição ou em parceria para evitar novos incêndios florestais e recuperar as áreas da restinga degradadas pelo fogo.
Segue 2 links com fotos e vídeos de incêndio florestal feitas no dia 22/02/2025 em trechos da restinga da APA Estadual de Maricá situados na entrada da Aldeia Mata Verde Bonita e na orla da lagoa e que foram encaminhados por e-mail a todos os órgãos públicos listados acima.

Fotos das áreas queimadas e da Aldeia

 

Segundo o ecologista Sérgio Ricardo Potiguara, coordenador do Movimento Baía Viva: “Em vistorias realizadas na APA Estadual de Maricá, temos identificado a presença de dezenas de pontos de despejo irregular de lixo (sofás, pneus, sacos de embalagens plásticas, etc) que geram poluição ambiental e representam focos potenciais de incêndios florestais na mata, além de muito entulho de obras da construção civil. Esta restinga é reconhecida pela comunidade científica brasileira e internacional por sua expressiva biodiversidade, e é um absurdo que esteja tão desprotegida e vulnerável a incêndios florestais! Somente uma ação coordenada e cooperativa entre os órgãos públicos estaduais e do município poderá reverter esta triste situação de destruição acelerada de um raro patrimônio ambiental e etnobotânico.”

Sobre a “Brigada Guarani por Maricá”

A criação da “Brigada Guarani por Maricá” é uma iniciativa do O Movimento Baía Viva, Organização da Sociedade Civil (OSC) fundada em 1984, e da Comissão de Lideranças da Aldeia Mata Verde Bonita (Tekoá Ka’ Hovy Porã) e conta com o apoio da chamada pública de “Apoio a grupos locais no enfrentamento de Emergências Climáticas provocadas a partir dos Incêndios Florestais” promovido pelo Fundo Casa Socioambiental e tem por objetivo promover a capacitação de uma turma de Brigadistas Indígenas Voluntários a ser formada por 30 pessoas, entre homens, mulheres e jovens a partir de 18 anos, para atuar em ações de prevenção e combate a incêndios florestais e mapear os principais locais focos de incêndio na restinga da Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Maricá (APAMAR), e em Unidades de Conservação Ambiental do município. Esta será a primeira Brigada Indígena de prevenção a incêndios florestais no estado do Rio de Janeiro!

A emissão do certificado do curso de capacitação para os brigadistas, será realizado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Programa Prevfogo) vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão técnico do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

“Nos últimos meses, temos vistoriado as áreas rurais de Maricá que estão situadas no entorno de relevantes Unidades de Conservação Ambiental e é visível que os rios, córregos d´água e nascentes estão secando como resultado do agravamento dos efeitos das mudanças climáticas. A reversão deste quadro requer ações de restauração ecológica do bioma Mata Atlântica que historicamente foi o mais devastado, destruído, desmatado no país, a formação de uma Brigada Municipal de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais com equipes treinadas, e equipadas Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), com veículos e ferramentas adequadas, a capacitação dos moradores para formar Brigadas Voluntárias nos bairros e distritos e intensificar ações de educação ambiental nas escolas e comunidades.”, ressalta Sérgio Ricardo Potiguara, coordenador do Baía Viva, que é Mestre em Ciências Ambientais e Doutorando em Antropologia (PPGA/UFF).

A biodiversa Área de Proteção Ambiental de Maricá (APAMAR), abrange uma área de 969,24 hectares formada pelo sistema lagunar e parte da Restinga do município de Maricá e a totalidade da Ilha do Cardoso (Região Hidrográfica da Baía de Guanabara – RH V).

Trata-se de uma área composta por restingas, campos de dunas e áreas brejosas, abriga diferentes espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção.

Mais fotos

OBS: A divulgação do material audiovisual está autorizada e solicitamos a gentileza de registrar a autoria das fotos/vídeos do Projeto “Brigada Guarani por Maricá” (Movimento Baía Viva)