A tempestade de 14 de novembro deixou um aviso de catástrofe pintado nas bordas dos pilares da ponte Rio-Niterói, maior símbolo da engenharia civil do Rio de Janeiro.
As marcas são de um navio chamado São Luiz, um graneleiro sem dono, mal amarrado no Porto do Rio, onde esperava decisão judicial sobre seu futuro. A força dos ventos fez o barco adernar sem rumo até raspar no pilares 71 a 73, deixando a marca da possível tragédia.
A ponte ficou fechada por 3 horas. Motoristas filmaram o evento, em pânico. As primeiras informações dão conta de que não houve danos a estrutura. O navio pesa 62 mil toneladas, mede quase 250 metros de comprimento por 50 de largura. A notícia repercutiu em todo o mundo, principalmente nos milhares de celulares dos participantes da COP 27, onde se discute, entre outras tragédias, a crise climática do Planeta. Foi o vento que empurrou o navio.
O Movimento Baía Viva tem alertado autoridades públicas federais e estaduais sobre o risco de novos desastres ambientais nas águas da Baía de Guanabara, em função da presença de grande número de embarcações abandonadas. No Canal de São Lourenço, em Niterói, há cerca de uma centena de barcos, chatas e outras embarcações de diferentes portes apodrecendo há décadas.
Ao longo deste tempo, sempre ouve o risco de vazamento de óleo e de outras substâncias químicas e metais pesados oriundos destas embarcações que apodrecem no fundo da Baía ou que encontram-se ancoradas no espelho d’água de forma precária e insegura, sem dispor da devida fiscalização periódica seja por parte do Instituto Estadual do Ambiente – INEA ou o IBAMA, nem mesmo por parte da Capitania dos Portos.
” É uma hipocrisia qualquer autoridade pública fingir ou negar que desconheça a existência de um verdadeiro cemitério de navios abandonados nas águas da Baía de Guanabara, conforme constantemente tem sido alertado pelo Baía Viva nas últimas décadas e que está fartamente documentado em inúmeras reportagens “, diz a nota escrita pelo diretor do Baía Viva, o ambientalista Sérgio Ricardo de Lima.
É um descaso com a segurança ambiental e a segurança da população, dessa vez o navio raspou e se numa outra ele quebrar a ponte com centenas de carros passando em cima? Sinceramente as pessoas duvidam muito das forças naturais e suas consequências.