Uma manifestação foi realizada no dia 17/10, na sede do Clube de Engenharia, centro do Rio,   para mais uma vez pressionar o governador do Estado, Cláudio Castro, do PL,  pela liberação de recursos em favor da Chamada Pública para Apoio a Ações de Saúde Integral nas Favelas do Rio de Janeiro. Os recursos estão sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde, mas foram destinados pelo Fundo Especial da Assembleia Legislativa e deveriam ter sido repassados em 2023 para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). São R$ 25 milhões.

A manifestação contou com os apoios do deputado federal Chico Alencar (PSOL) , da deputada estadual Marina MST (PT), representantes da UERJ, UFRJ e PUC RJ. Vários integrantes do movimento Baía Viva estiveram presentes, uma vez que o BV está participando como uma das 146 entidades comunitárias e sociais ligadas ao esforço da FioCruz.

Plano integrado já funciona bem há 3 anos

O Plano Integrado de Saúde nas Favelas surgiu como uma resposta à crise sanitária e social agravada pela pandemia de Covid.  Entre 2021 e 2022, o programa chegou a 200 mil pessoas em comunidades de Angra dos Reis, Duque de Caxias, Queimados, Niterói, Petrópolis, Rio de Janeiro, São Gonçalo e São João de Meriti.

O financiamento inicial foi uma doação de R$ 20 milhões com base na Lei 8972/20, aprovada no final de 2020. Esses recursos permitiram o desenvolvimento de mais de 100 projetos locais voltados para a segurança alimentar, saúde mental, comunicação em saúde, educação e empregabilidade, enfrentando os desafios trazidos pela pandemia.

Governador já deixou comunidades sem recursos antes

O Programa Cidade Integrada, do governo de Cláudio Castro (PL), foi anunciado em janeiro de 2022, com R$ 500 milhões pra favelas, mas, em janeiro de 2024, moradores do Jacarezinho, uma das comunidades contempladas pelo programa, relatavam que não havia ações efetivas. ” O projeto contempla obras de saneamento até dentro das residências. O objetivo é que, até o fim do ano, não haja nenhuma casa sem banheiro”, disse Castro, no lançamento do projeto.

Após cinco meses de implementação do projeto no Jacarezinho, organizações da sociedade civil reunidas no Observatório do Cidade Integrada avaliou que os resultados eram então alarmantes. Segundo esses dados, metade dos moradores tiveram sua casa invadida por policiais e mais da metade deseja que o programa acabe: quase 70% dos moradores do Jacarezinho se sentem mais inseguros com a existência do Cidade Integrada.