Baía Viva

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A criação do Baia Viva tem origem na década de 1980, com a criação do “Coletivo das Águas – S.O.S Baía de Guanabara” (1984) formado por pesquisadores e ecologistas, sendo uma das primeiras mobilizações da cidadania em conjunto centros de pesquisa na defesa da Baía de Guanabara, ecossistema e sua biodiversidade que historicamente tem sido fortemente impactado e destruído em função de um modelo de desenvolvimento urbano-industrial poluente com fortes emissão.

O resultado desta luta foi a não execução de parte do Projeto-Rio do governo federal (DNOS) que previa o aterramento de extensas áreas de manguezais, considerados berçários da natureza, na região Leste da Baía e a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Federal de Guapimirim , sendo esta Unidade de Conservação responsável pela preservação e proteção de uma área de 80 km de manguezais localizados no fundo da Baía que é essencial para a sobrevivência da atividade pesqueira e a manutenção da biodiversidade.

Já na década de 1990, foi fundada a “União dos Povos da Baía de Guanabara – Movimento Baía Viva”, como um coletivo que foi um dos pioneiros movimentos socioambientais do país.

Por sua atuação o Movimento Baía Viva foi reconhecido – por governos, imprensa e organismos nacionais e internacionais – como o principal porta-voz da sociedade civil no embate e nas proposições socioambientais contrapondo à concepção limitada e meramente sanitarista do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) lançado em 1994, e coordenado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a agência japonesa JICA.

Durante os debates realizados na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD ou Rio 92 (popularmente conhecida como ECO 92), no Rio de Janeiro, o Movimento Baia Viva foi um destacado colaborador nas discussões sobre meio ambiente, Saneamento Básico, Povos e Comunidades Tradicionais, Recursos Hídricos, Resíduos Sólidos, Despoluição de mares, Unidades de Conservação, Educação Ambiental, Fortalecimento do tecido social e Solidariedade com os outros biomas.

O Movimento Baía Viva em sua origem congregou diversos grupos ecologistas, pesquisadores, ativistas ambientais, professores, lideranças comunitárias, povos e comunidades tradicionais, pescadores e associações de moradores e cientistas, dentre eles queremos destacar o Professor Doutor o Geógrafo Elmo Amador, ex-diretor da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com um dos mais importantes idealizadores do Movimento Baia Viva

Como estratégia de mobilização social, o Movimento realizou várias plenárias, encontros públicos, reuniões, seminários científicos, fóruns itinerantes e acompanhou várias vistorias técnicas e de fiscalização com autoridades ambientais para apuração de acidentes ambientais que impactaram a Baia de Guanabará e outras áreas no Estado do Rio de Janeiro.