O Movimento Baía Viva organização socioambiental fundada em 1984, acionou hoje (21/05/2025) ao meio dia a presidência do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão técnico da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), que é o responsável pelo licenciamento ambiental de grande número de grandes empreendimentos industriais com elevado potencial poluidor e de risco ambiental instalados há décadas no bairro e nas ilhas e orla da Baía de Guanabara; além do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do estado do RJ e a Capitania dos Portos (Marinha do Brasil) para investigar a causa de forte mal cheiro de produtos químicos que se espalhou em vários bairros da Ilha do Governador (Freguesia, Ribeira, Zumbi, Cocotá, Tauá e no Cacuia, entre outros) através do qual a organização ambientalista solicitou a adoção as providências emergenciais necessárias.

O bairro da Ilha do Governador situado na Zona Norte carioca concentra 2/3 das instalações industriais com Risco Tecnológico da cidade do Rio de Janeiro e, apesar de ter uma população estimada em quase 300 mil habitantes até hoje NÃO DISPÕE de Planos de Emergência e Evacuação em caso de desastres ambientais e tecnológicos!

Em 17 de julho de 1995 (portanto, há mais de 30 anos atrás!) ocorreu a GRANDE EXPLOSÃO NOS PAIÓIS DE ARMAMENTOS NA ILHA DO BOQUEIRÃO gerido pela Marinha (Corpo de Fuzileiros Navais), localizada vizinha à Ilha do Governador. Na época, houve grande pânico da população já que o serviço de barcas não funcionava (E AINDA NÃO FUNCIONA!) nos fins de semana, o que provocou um gigantesco engarrafamento na ÚNICA VIA DE ENTRADA E SAIDA DO BAIRRO. Na apuração do desastre tecnológico foi revelado à população impactada que A ILHA DO GOVERNADOR NUNCA TEVE UM PLANO DE EVACUAÇÃO E EMERGÊNCIA EM CASO DE UM DESASTRE TECNOLÓGICO. Uma Lei Estadual (Lei no. 3209/1998) aprovada pela Assembleia Legislativa do estado do RJ (ALERJ) que previa a elaboração e publicidade de um Plano de Emergência e Evacuação em no máximo 6 meses NUNCA saiu do papel!

Passado mais de 30 anos lamentavelmente a situação é a mesma. Aliás, o território insulano ficou mais perigoso já que a empresa poluidora COSAN/MOOVE ampliou bastante suas instalações industriais e a sua produção inclusive construindo grandes portos no bairro da Ribeira que ilegalmente ocupam o espelho d’água da Baía de Guanabara que desde 1998 é um ecossistema legalmente protegido pela Constituição Estadual-RJ como Área de Proteção Permanente (APP) e como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Em 2012, a Baía de Guanabara foi reconhecida como Patrimônio Mundial Cultural da Humanidade, no entanto persiste o acelerado processo de “sacrifício ambiental” deste importante ecossistema marinho e costeiro e dos seus Territórios Pesqueiros (Maretório).

Em 08 de fevereiro de 2025 ocorreu um grande incêndio nas instalações da empresa COSAN/MOOVE que tem 2 grandes fábricas altamente poluidoras instaladas ilegalmente no BAIRRO RESIDENCIAL da Ribeira: os grandes tanques com combustível e produtos químicos convive de forma extremamente perigosa com a população da Ribeira, o que pode ser visto da janela das casas. Nas ruas próximas a estas 2 empresas poluidoras há dezenas de casas e apartamentos à venda devido à forte desvalorização imobiliária provocada nas moradias ao lado de instalações industriais com alto risco de desastres ambientais.

Preocupados com a extrema vulnerabilidade deste populoso território à potencial ocorrência de DESASTRES INDUSTRIAIS E TECNOLÓGICOS, em 28 de fevereiro de 2019 os ecologistas do Movimento Baía Viva protocolaram uma Representação junto ao Ministério Público Estadual-RJ através de um Relatório Técnico com 55 páginas no qual na época foi solicitada a urgente proibição da circulação de mais de 250 carretas do tipo bi-trem pelas ruas do bairro, na Estrada do Galeão e na entrada da Ilha do Fundão que abriga a Cidade Universitária da UFRJ por onde circulam milhares de pessoas por dia. No entanto, com base em informações falsas e inverídicas da prefeitura do Rio, do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e das empresas que afirmaram por escrito que suas instalações industriais instaladas numa ÁREA RESIDENCIAL “eram seguras”! Ocorre que em 2023 de forma completamente equivocada e sem realizar qualquer vistoria técnica ao bairro insulano, o Ministério Público Estadual-RJ ARQUIVOU o processo investigatório sobre o potencial de riscos tecnológicos das unidades da COSAN/MOOVE.

Com o grande incêndio provocado na poluidora fábrica da Ribeira em 08/02/2025 o Movimento Baía Viva solicitou ao Ministério Público Estadual-RJ a imediata REABERTURA do Inquérito Civil aberto em 28/02/2019. Porém, desde então até hoje, o Baía Viva não recebeu quaisquer informações sobre as providências adotadas pelo Ministério Público Estadual-RJ, e nem por parte da prefeitura do Rio de Janeiro ou do órgão ambiental do estado (Instituto Estadual do Ambiente – INEA)!

Além da imediata PROIBIÇÃO DA CIRCULAÇÃO DE CENTENAS DE CARRETAS que transportam cada uma delas cerca de 60 a 80 mil litros de combustível e produtos químicos que circulam diariamente de forma extremamente perigosa pelo bairro e por áreas com elevada densidade populacional, o Baía Viva defende a IMEDIATA REALOCAÇÃO ou TRANSFERÊNCIA das 2 fábricas da COSAN/MOOVE do bairro residencial da Ribeira, na Ilha do Governador (RJ), para um Parque Industrial seguro.

Hoje, dia 21/05/2025, em vários bairros da Ilha do Governador está ocorrendo um CHEIRO SUPER FORTE de algum hidrocarboneto policiclico aromatico (HPA) tipo cheiro de solvente, querosene, gasolina…ou algum solvente orgânico!

Mais informações: (21) 99907-5946 (WhatsApp)

Movimento Baía Viv