Depois de uma longa jornada lutando contra um câncer, faleceu na noite de 6 de setembro, o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves, um dos nomes mais importantes do ambientalismo no Brasil. A cerimônia de despedida aconteceu entre 15h e 18h, no crematório Jardim da Paz, Rodovia João Paulo, s/n, Florianópolis, SC. Ele tinha 74 anos.

Carlos Walter foi assessor especial de Chico Mendes e com ele ajudou na consolidação das reservas extrativistas, na região do Xapuri, no Acre. Em 1972 concluiu sua graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e seu mestrado e doutorado, respectivamente em 1985 e 1998.

Tornou-se professor titular da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde foi integrante do Programa de Pós-graduação em Geografia desta instituição.

Foi também presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros de 1998 até 2000. Em 2004 ganhou o Prêmio Chico Mendes em Ciência e Tecnologia do Ministério do Meio Ambiente. Em 2008 ganhou o Prêmio Casa de las Américas (Cuba) por seu livro ”A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização “.

Entre 2022 e 2023 foi Professor Visitante do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas – PPGICH, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde atuava uando se licenciou para tratar da doença.

” Carlos Walter presente! Muito difícil lidar com a passagem de um amigo tão querido. Uma referência nas lutas dos Povos da floresta e das águas. Meus sentimentos aos familiares “, declarou em nota o diretor do movimento Baía Viva, Sérgio Ricardo de Lima.

” A geografia brasileira perdeu uma de suas grandes referências. Dedicado às questões socioambientais, o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves construiu uma obra essencial para o pensamento geográfico brasileiro, tornando-se referência em escala nacional e internacional”, disse em nota o Sindicato Nacional dos Professores em Brasília.

A seguir as obras mais importantes do geógrafo.

1. Paixão da Terra – ensaios críticos de Ecologia e Geografia;

2. Os (des)caminhos do meio ambiente;

3. Amazônia, Amazônias;

4. O desafio ambiental;

4. A nova (des)ordem mundial;

5. A globalização da natureza e a natureza da globalização;

6. Da geografia às geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades.

Fonte: SINPRO-DF